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Quatro milhões de brasileiros ainda não têm acesso a um banheiro. Todos os dias, o Brasil lança na natureza o equivalente a mais de cinco mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento. Estes são alguns dados apresentados nesta quinta-feira (02) no 1º Seminário Estadual de Saneamento e Saúde. Representante do Instituto Trata Brasil, o diretor de comunicação Rubens Filho, falou sobre os impactos econômicos da universalização do saneamento no Brasil. O evento, promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes/MS), Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e Governo do Estado, comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente (05 de junho) e foi realizado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA/MS).
Conforme levantamento do Instituto Trata Brasil, mais de 100 milhões de brasileiros vivem sem acesso ao sistema de esgotamento sanitário. “O instituto existe para promover uma mobilização sobre a importância de se dar atenção ao saneamento em nosso país. O saneamento é a infraestrutura mais atrasada há décadas no Brasil, então nossa missão é justamente trazer à tona os dados para mostrar o tamanho do problema que a gente tem e quais são os passos futuros, o que a gente pode fazer para melhorar”, resumiu Rubens Filho, que mostrou ainda como os investimentos em água tratada e rede de esgoto influenciam na economia regional.
“Para universalizar estes serviços em Mato Grosso do Sul, são necessários investimentos de aproximadamente R$ 4 bilhões. Porém, calcula-se que o retorno em benefícios seria de R$ 6 bilhões”, apontou. Conforme o Instituto Trata Brasil, saneamento básico adequado traz valorização imobiliária, fomenta o turismo, melhora a produtividade dos trabalhadores e melhora o rendimento escolar dos estudantes.
Palestras
A redução do índice de internações por doenças diarreicas e a relação com a universalização do saneamento em Campo Grande foi tema de outra palestra apresentada no seminário. O coordenador de Meio Ambiente da concessionária, Fernando Henrique Garayo Jr., falou sobre a experiência da empresa que faz a gestão dos serviços de água e esgoto na Capital há 15 anos. Com investimentos na expansão do esgotamento sanitário, os índices de internações por doenças diarreicas caiu 86% em 10 anos.
“É importante a gente passar estes dados sobre saneamento e debater isso em um seminário. Essas pessoas são formadoras de opinião. Elas têm o potencial de repassar isso para a sociedade, por isso é muito válido apresentar dados, explicar sobre saneamento e a relação com a saúde para que a gente consiga criar uma mudança cultural na sociedade, disseminar a informação de como o acesso a água e esgoto tratados trazem saúde para a população”, comentou Garayo.
Engenheiros, técnicos da área de saneamento e acadêmicos participaram dos dois dias do encontro promovido pela Abes/MS. Para o estudante Rodrigo César de Matos, acadêmico de Engenharia Sanitária Ambiental, o seminário realiza um encontro entre quem mais entende de saneamento e quem busca informações sobre o assunto. “É muito importante para nos mantermos atualizados com os dados e para aprendermos. Nesta vida acadêmica precisamos aprender de todas as formas, principalmente vindo de quem faz a gestão dos serviços de água e esgoto”, destacou.
Também acadêmico de Engenharia Sanitária Ambiental, o estudante André Luiz Mayer afirma que os painéis mostram os cenários regional e nacional de forma a complementar os conhecimentos trazidos por cada palestrante. “É muito legal ter este conjunto de palestras para que possamos ficar a par da situação de como está o Brasil e o nosso estado em relação a saneamento e saúde. É importante conhecer porque é com isso que vamos trabalhar, estamos estudando para resolver estes problemas do Brasil. É muito bom ver, em eventos como este, que a sociedade já se preocupa com o assunto, está debatendo e tentando buscar soluções”, disse.
Fonte: ASSECOM
Por: Rogério Valdez