Prisões temporárias venceram hoje; 8 tiveram preventiva decretada. Operação investiga corrupção em obras públicas de MS.
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Responsáveis da PF, Receita Federal e CGU em MS durante coletiva (Foto: Graziela Rezende/G1 MS) |
Dos 15 investigados na Operação Lama Asfáltica, que apura corrupção em obras públicas de Mato Grosso do Sul, 6 já estão em liberdade. Eles saíram das unidades policiais onde estavam presos na tarde deste sábado (14).
É que venceu neste sábado o mandado de prisão temporária de Maria Vilma Casanova, Ana Cristina Pereira da Silva, Evaldo Furrer Matos, André Luiz Cance, Renata e Ana Lúcia Amorim, filhas do empresário ainda preso, João Amorim.
Preventiva
Pela manhã, foram cumpridos oito mandados de conversão de prisão temporária em prisão preventiva. Entre os que continuam na cadeia estão Wilson Roberto Mariano de Oliveira (ex-prefeito de Paranaíba e servidor da Agência Estadual de Gestão de Empreendimento - Agesul), João Amorim (empreiteiro e dono da Proteco), Edson Giroto (ex-secretário estadual de obras e ex-deputado federal) e o empresário do interior de São Paulo Flávio Henrique Garcia.
Nessa sexta (13), o ex-servidor da Agesul, Hélio Yudi, deixou a Denar. Ele foi o 4° suspeito preso na operação. O advogado dele, Newley Amarilla disse que a juíza Monique Marchiolli Leite revogou a prisão temporária que terminaria neste sábado (14).
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CGU e Receita Federal na Polícia Federal, dia 10 de maio (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS) |
A filha do ex-prefeito, Mariane Mariano, por estar em fase de amamentação, e Elza Cristina Araújo dos Santos, advogada, secretária e sócia de João Amorim, estão em prisão domiciliar. A advogada Raquel Giroto, mulher do ex-deputado federal Edson Giroto (PR), está na Polícia Federal.
Salas específicas
Para manter o mais absoluto sigilo sobre o teor da documentação apreendida na operação Lama Asfáltica, 2 salas foram "criadas" para análise e depósito do material apreendido, conforme explicou ao G1 o chefe da Controladoria-Geral da União (CGU-MS), José Paulo Juliete Barbieri.
Além de documentos, dólares e reais em espécie, veículos e dois aviões foram apreendidos. Houve ainda o bloqueio de R$ 43 milhões dos R$ 195 milhões identificados como recursos desviados.
Durante as buscas, responsáveis constataram ainda o investimento de 67 mil hectares em imóveis rurais. Já na área urbana, os envolvidos montaram empresas e adquiriram bens.
Foram ao todo 15 presos, entre servidores considerados “fundamentais para o esquema”, segundo a polícia, além de empresários e outros suspeitos. Até o momento, 24 pessoas são investigadas. Das prisões, são 8 mulheres e 7 homens.
Investigação
As investigações sobre o suposto esquema de corrupção teve início em 2013. Na primeira fase da apuração, foi verificada a existência de um grupo que, por meio de empresas em nome próprio e de terceiros, superfaturaram obras contratadas com a administração pública, mediante corrupção de servidores públicos e fraudes a licitações, ocasionando desvios de recursos públicos.
Em análise a material apreendido na primeira fase da operação, a CGU e a Receita Federal verificaram indícios de lavagem de dinheiro, inclusive decorrentes de desvio de recursos públicos federais e provenientes de corrupção passiva, com a utilização de mecanismos para ocultação de tais valores, como aquisição de bens em nome de terceiros e saques em espécie.
Primeira fase
No último mês de fevereiro, o Ministério Público do Estado (MP-MS), denunciou 40 pessoas por envolvimento em corrupção em obras públicas de Mato Grosso do Sul. Esses denunciados tinham sido investigados pela PF. Na época, R$ 84 milhões em bens foram bloqueados.
A operação foi deflagrada em 9 de julho de 2015, cumprindo 19 mandados de busca e apreensão em residências de investigados e em empresas que tinham contratos com o poder público.
A PF e a Receita Federal também foram à Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra). De acordo com o secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, quatro servidores foram afastados na época.
Na lista de obras investigadas na primeira fase estão o Aquário do Pantanal e as rodovias MS-171, MS-228 e MS-187. Todas foram executadas na administração de André Puccinelli (PMDB). Na época, a assessoria do ex-governador informou que "todas as contratações seguiram rigorosamente a legislação vigente e aplicável ao caso" e "os pagamentos efetuados foram feitos após verificação dos fiscais de cada uma das obras.
Do G1 MS, com informações da TV Morena